"Ás catro da mañá, nunca se sabe se é demasiado tarde, ou demasiado cedo". Woody Allen







viernes, 30 de septiembre de 2011

O órdago de Abbas...

Por Pilar Rahola
La Vanguardia
http://www.pilarrahola.com/3_0/ARTICULOS/default.cfm?SUBFAM=34&ID=1951


É evidente que os palestinos saben xogar ao mus coa opinión pública. Por iso é polo que dominan a técnica do órdago, convencidos de que mesmo cando provocan situacións explosivas, son vistos como vítimas. Non importa que non cumprisen ningunha das resolucións que afectan ao conflito, como a 242, que obriga ao recoñecemento de Israel, ou a 338 que insta ao fin das fustigacións violentas. Non importa, porque o mundo decidiu que é Israel quen non as cumpre. E é certo, pero que foi primeiro, o ovo ou a galiña?

Como se poden cumprir as resolucións dun conflito se unha das partes pásallas por salva sexa a parte? Tampouco importa que as zonas próximas a Gaza vivan con mísiles diarios sobre as súas cabezas e se conten por miles os que caeron sobre territorio israelí. Non importa, porque o mundo decidiu que só hai un agresor, e por suposto é Israel. E así convivimos sen inmutarnos con anos de terrorismo. Por non importar tampouco importa a educación no odio de xeracións de palestinos, comandados por un Hamas que milita nunha ideoloxía misóxina, antioccidental e tiránica. Non importa porque sempre teremos un colono radical para ensinar na televisión, coma se fose equiparable o fenómeno do fundamentalismo islámico planetario, aos relixiosos xudeus. E iso non significa que non sexan un problema, pero Israel demostrou que cando se avanzou na paz -léase o Sinaí ou Gaza- os colonos foron desaloxados.

Con todo, tampouco importa a historia real, porque o relato inventado sobre o conflito casa mellor cos prexuízos duns e os intereses de case todos. E que importa que este pequeno país estea rodeado de membros da ONU que financian organizacións que queren destruír a Israel. Que importa se en realidade a poucos lles importa a supervivencia dos israelís. Por iso tampouco importa que Irán avance no seu proceso nuclear e estea xa a producir uranio, a propósito de que ameazou a Israel coa destrución total. Irán? A quen lle preocupa Irán mentres teñamos a Israel para culpalo de todos os males? E desde logo non importa que todos os actos israelís respondesen a guerras ou ataques previos dos seus inimigos, porque un só tanque movéndose por Cisxordania xa sinala a eterna culpa xudía. Por iso mesmo, non importará nada que o órdago de Mahmud Abbas ao Consello de Seguridade non sirva para avanzar na resolución do conflito, porque axudará a colar a foto da vítima e do culpábel e así os devoradores de israelís que pululan polo mundo poderán confirmar a súa visión maniquea. Non importa nada porque o que importa de verdade non é a creación dun Estado palestino, senón a desestabilización permanente do Estado israelí. Por iso é polo que o órdago sexa útil. Para acabar co conflito? Moi ao contrario, para agudizalo.

martes, 20 de septiembre de 2011

A língua torna-se uma arma política contra Israel...



Em cima: Placa da Calçada do Muro dos Lamentações (ou Muro Ocidental) hoje em dia, em hebreu, árabe e inglês. Em baixo: a dita na época da ocupação jordana (1948-1967), apenas em árabe e inglês (*).


Un artigo de Joao Guisan Seixas publicado no Portal Galego da Lingua.
.

«O que importa é poder insultar Israel, linchar Israel. As grandes contra-argumentações aos meus argumentos foram: Israel é um Estado racista, genocida e agressivo “por natureza”»

Se eu conseguisse explicar o conflito árabe-israelita no espaço de que disponho, deveriam dar-me o prémio Nobel da Paz e o de Literatura, e pode que o de Física até, pois estaria a descobrir um novo conceito, sumamente elástico, do espaço. Este artigo quer ser uma resposta a um outro publicado neste mesmo PGL, intitulado A língua torna-se uma arma política em Israel” e às reacções que um meu comentário lá suscitou. O problema de espaço a que aludo vem do facto de todas as atitudes registadas a respeito serem atitudes “totalitárias”, nos vários sentidos do termo, mas especialmente no etimológico que quer dizer “relativas à totalidade”. Israel questiona-se como um todo necessariamente perverso que não pode conter nem um só aspecto positivo, e assim resulta de veras difícil poder tratar algum aspecto parcial dele, porque então temos que nos retrotrair à criação do Estado de Israel, ou ao cativeiro na Babilónia até, ou pode que (seguindo a mitologia pró-palestiniana) ainda além.
Vamos tentar ir por partes, porém. Primeiramente o artigo. Dizia no meu comentário que não passa de um juízo de intenções, o que foi contestado, por sua vez, por alguns comentários posteriores. Mas vejamos. “Factos” recolhidos no artigo:

- Os cidadãos árabes de Israel fruem de direitos democráticos como o do voto- O árabe é língua oficial em Israel, junto com o hebreu

- Na cidade de Lod, de 67.000 habitantes, com 25% de árabes (16.750 pessoas) há “apenas” 2 trabalhadores sociais de língua árabe. (E eu pergunto-me, em quantas cidades árabes, de mais de 16.750, de qualquer país árabe, não há um nem um só trabalhador social que fale árabe nem língua nenhuma? A contratação desses trabalhadores é, aliás, competência das Câmaras Municipais, em cuja composição participam os cidadãos árabes por meio de eleições livres com sistema de proporcionalidade directa. Da própria referência a esta pequena cidade cabe coligir, ainda, que no resto de Israel esta desproporção não se regista)

- A taxa de assassínios é maior nas zonas de maioria árabe do que nas zonas mistas.

- As pessoas que não falam hebreu têm direito a um intérprete, sempre que solicitado, quando são presentes a tribunal.

- Num juízo a que a autora assistiu há pouco, um acusado árabe tentou falar em hebreu.

- Uma rede de cafés, a “Aroma Tel Aviv”, instruiu os seus funcionários para falarem hebreu à frente dos fregueses (A cadeia está radicada em Tel Aviv, cidade com 93% de população judia e só 2% de árabe, e está presente também em Berlim, onde acho que a instrução não deve ser essa, mas a de falar alemão. Há contudo uma classe de locais em Tel Aviv onde se ouve falar muito árabe: os pubs de ambiente gay, frequentados pelos homossexuais árabes que recebem automaticamente asilo político em Israel quando têm que fugir à intransigência dos países de origem)

- Uma série de TV cómica em Israel fez troça do assunto

- Um director de uma escola pública de Jafa proibiu uma vez dois alunos árabes de falarem a língua deles (Repare-se mais uma vez no carácter marginal do dado, que demonstra aliás: primeiro, que os rapazes árabes recebem instrução nas escolas públicas de Israel ao lado dos rapazes judeus, e segundo, que só numa delas se registou um incidente assim)

- Os livros de texto em língua árabe editados em Israel registam muitas gralhas (não se especifica o número de gralhas que se registam nos livros em hebreu, nem nos livros de texto em espanhol publicados em México, por exemplo)

- A lei de educação pública de Israel reconhece o direito ao uso do idioma, cultura e religião das minorias.

Não sei se com esses dados vocês conseguem desenhar o panorama de uma discriminação linguística rigorosa, planificada e ostensiva. Uma discriminação generalizada a que se possa atribuir a característica de “política de Estado”. E vejo aí um Estado livre e liberal, em que a “língua dos inimigos” (igual que a cultura, igual que a religião) é respeitada como nunca em nenhum conflito das mesmas características foi. Eu vejo aí é uma vontade demagógica, da parte da autora, de implicar, de torcer as voltas quanto for preciso para atacar Israel. Israel é o mau da fita e tem de o ser em todos os aspectos. Não pode ter nem um só positivo. É um escrito dirigido a uma paróquia de adeptos submissos, prestes a aceitar qualquer acusação contra Israel, por pouco, ou nada, fundada que seja.

O resto do artigo são, como dizia, meros juízos de intenções. Fala-se sempre em “futuríveis”, de uma proposição para mudar a definição de Israel, de um projecto de lei... Proposições e projectos.Utilizam-se constantemente expressões do género “se for aprovado”, “cada vez que surgir”, “degradaria”, “deixaria”, “poderiam”, “significaria”, “não haveria”, “não poderiam”, “poderia ser visto como”, “a iniciativa talvez represente”...

É tudo hipótese atrás de hipótese, o que leva a raciocínios delirantes. Como a afirmação de que por trás das gralhas dos livros de texto há uma clara intencionalidade política, ou que, quando três maridos árabes assassinam as suas respectivas mulheres, a culpa é... Não adivinham? Não dos três maridos árabes. Nem pensar que da cultura machista muçulmana... A culpa é sem dúvida do Estado de Israel! Claro que, para isso, a autora se baseia perversamente na anuência de uma audiência desejosa de acusar Israel de não importa o quê. Assim, repare-se que na nota de apresentação do texto dá-se um salto da hipótese ao facto. Diz-se que “denuncia o aguçamento da descriminação”, quando ele, como acabámos de ver, em todo o caso, anuncia o início de uma hipotética discriminação. Mas o artigo ignora também alguns factos que qualquer pessoa que desejar informar-se antes de opinar, pode conferir:

-Os direitos linguísticos da minorias estão reconhecidos na própria Declaração de Independência, que é o que há em Israel de mais parecido com uma constituição.

-O árabe é primeira língua também para uma parte importante da população judia de Israel. Para além dos árabes cristãos que tiveram que fugir dos territórios sob domínio da ANP (Autoridade Nacional Palestiniana), nomeadamente da zona de Belém, há um outro contingente de refugiados de que nunca também se fala: 800.000 judeus que tiveram que fugir dos países árabes em 48 por causa dos progroms a que foram submetido na sequência da primeira guerra árabe-israelita. A maior orquestra de música andalusi do mundo, por exemplo, não está em Fez, nem em Marrakech, mas em Jerusalém: a Orchestre Andalou d’Israël.

-Para Israel é uma necessidade estratégica manter um bom grau de conhecimento de árabe entre a sua população. Constitui uma das vantagens operativas do Mossad, por exemplo. Graças ao dito acima, Israel pode dispor de comandos operativos falando árabe com perfeito sotaque iraquiano, egípcio ou marroquino, quando o precisar.

-Toda a população árabe de Israel escolarizada (toda a nascida depois da criação do Estado de Israel) conhece e compreende o hebreu. A autora fala como se as duas comunidades linguísticas fossem impermeáveis, mas felizmente são permeáveis. Nenhum cidadão árabe de Israel pode ficar desinformado ao ler um letreiro ou ouvir uma indicação em hebreu. E contudo, o normal é que encontre essa informação em árabe. Mesmo nos territórios sob controlo da ANP muitas pessoas (por interesses comerciais ou profissionais), sabem falar hebreu.

-Dentro do Israel de hoje moram mais pessoas cuja primeira língua é o russo, do que pessoas cuja primeira língua é o árabe, e contudo o árabe tem um reconhecimento legal e protecção de que o russo carece.

-Dentro de Israel falam-se duas variedades linguísticas, como o iidish e o ladino, autenticamente judias, e outra do mesmo tronco do hebreu, como o aramaico, que contudo, não têm o mesmo grau de reconhecimento legal e protecção que o árabe tem.

-Uma pessoa de língua árabe pode completar em Israel todos os seus estudos, desde os elementares aos Universitários, na sua língua.

-O grau de escolaridade da população árabe de Israel, em média, está muito acima do de todos os países árabes- Os únicos cientistas árabes com reconhecimento internacional (como Hossam Haick, especialista em nanotecnologia e considerando um dos 50 maiores do mundo na disciplina) são árabes israelitas, que estudaram em Israel e trabalham em laboratórios e empresas israelitas.

-O inglês é a verdadeira língua de cultura comum a todos os habitantes de Israel, quer falem hebreu, russo, árabe, francês, espanhol, iidish, turco, ladino, etc., nas suas casas.

-Uma das minorias étnicas da zona são os beduínos. Povos nómadas que falam uma variante desprestigiada de árabe mas que os árabes não consideram árabes. Os ciganos de Oriente Médio. Os beduínos, muçulmanos, são firmes defensores de Israel, e, igual que os drusos, costumam fazer parte das suas forças armadas (caso inaudito, porquanto Israel reconhece o direito à objecção de consciência política, e só uma pequena parte dos árabes, quase sempre cristãos, decidem voluntariamente ir à tropa). E são pró-israelitas porque é o único país onde não se sentem discriminados. Quanto aos comentários que seguiram ao meu, uma sinóptica visão deles revela logo uma evidência que acaba por desvendar o sentido do próprio artigo: a questão linguística pouco importa.

O que importa é poder insultar Israel, linchar Israel. As grandes contra-argumentações aos meus argumentos foram: Israel é um Estado racista, genocida e agressivo “por natureza”.Todas elas podem-se rebater de uma só cajadada e com quatro dados. Não existe nem uma só disposição discriminatória na legislação israelita. O povo judeu, para os judeus (não assim para os nazis), não tem a ver com qualquer componente racial, mas cultural (e religiosa para uma minoria), e portanto dificilmente pode ser racista. A chamar de racista Israel, não se está a insultar Israel, mas todas as vítimas do racismo. Enquanto os nazis em três anos acabaram com mais de uma terça parte da população judia da Terra (6 milhões de 17, a população judia actual ainda não recuperou o volume que tinha em 1942, quando a população mundial se triplicou), nos 63 anos de lutas contra Israel, apenas 40.000 palestinianos morreram como consequência. No mesmo período 41.000 morreram em lutas intestinas ou com outros árabes. Os territórios palestinianos registam um dos índices de crescimento populacional mais alto do planeta, e uma das taxas de mortalidade mais baixas.

Qual genocídio? Alguém chegou a conceder, pelo menos, que quem assassina (que quer dizer matar propositadamente) uma criança indefesa é um filho da puta, com independência da farda que levar, do exército de Israel ou das Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa. Excelente. Ora, só peço que alguém me demonstre que uma só vez o exército de Israel disparou propositadamente contra uma criança. Enquanto as Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa, ninguém o põe em dúvida. Eles próprios rufam-se de tais “feitos”. Como, por exemplo, do massacre de Bar Mitzvah (cerimónia judia equivalente à primeira comunhão no cristianismo) em 2002. Eles reivindicaram sem pudor o atentado, dirigido contra crianças de 12 anos, e difundiram um vídeo do autor a anunciar o seu propósito.Um outro qualificou de “natural” a reiterada e obsessiva declaração do carácter árabe do futuro Estado Palestiniano que faz a sua Carta Nacional, que eu opunha ao citado reconhecimento dos direitos das minorias da Declaração de Independência de Israel. Ora, nos territórios em que se pretende construir o futuro Estado Palestiniano não vivem apenas árabes. Há outras minorias, como os próprios beduínos, samaritanos, drusos e também judeus que ali viveram (por exemplo em lugares como Hebron) de forma continuada desde milhares de anos (não estou a falar em colonatos criados depois de 67). Se a falta de reconhecimento destas minorias na Carta Nacional Palestiniana não chegasse, na semana passada o “embaixador” da ANP nos EUA declarava que no futuro Estado Palestiniano não poderia viver um só judeu. O próprio Mahmoud Abbas há um ano, ao tempo que pedia o envio de forças de interposição da ONU, dizia que, nelas, não poderia haver judeus. Gostava que alguém lhes explicasse a ambos a diferença entre ser anti-israelita e anti-semita, e que eu vejo tão pouco clara como eles. Mas do lado contrário.Em árabe não cessaram de proferir, por 60 anos, o seu desejo de deitar todos os judeus ao mar o egípcio Nasser e o não menos egípcio Arafat, ou de louvar Alá por ter enviado Hitler o qatari Al-Qaradawi, guia espiritual da Qatar Foundation, fundada pelo mesmo Emir golpista que fundou Al-Jazira, meio em que o artigo apareceu originalmente publicado.Por isso a mim emocionou-me até à entranhas, quando visitei Israel pela primeira vez, ver as simples placas de sinalização das estradas e das ruas escritas em árabe (ao lado do hebreu, e do inglês). Ver jornais escritos em árabe, ver crianças árabes, não a pedir esmola nem a trabalhar (como na Jordânia, no Egito ou nos territórios palestinianos), mas no seu autocarro escolar a caminho da escola. Porque tudo isto acontece num país que leva 63 anos de guerras com os árabes. Um país rodeado de países árabes com hostilidade manifesta, que já o tentaram destruir por três vezes.Como dizia há pouco o escritor argentino Marcos Aguinis: “Israel não é um país perfeito, mas é exemplar”.E agora já podem começar a disparar.
(*) Durante esta época, a fim de degradadar o único local sagrado dos judeus, para além de o usar para incineração de lixo, o seu nome foi mudado pelo de "Cavalariça de Al-Buraq", por os muçulmanos defenderem que foi lá que Maomé estacionou a sua burra voadora, Al-Buraq, quando viajou pelos ares da Meca a Jerusalém numa noite.
Eis a ligazón do artigo publicado no Portal Galego da Lingua
http://pglingua.org/noticias/canal-aberto/3793-a-lingua-torna-se-uma-arma-politica-contra-israel

lunes, 19 de septiembre de 2011

Estado palestino si. Pero non así...


(A propósito da petición de recoñecemento do estado palestino polas Nacións Unidas)

Nos vindeiros días o presidente da Autorida Nacional Palestina, Mahmud Abbás, ten previsto presentar en Nacións Unidas a petición formal de recoñecemento pleno do estado palestino como membro do organismo internacional. Esta nova ocupará sen dúbida – xa ocupa - grande parte dos titulares non só da area de internacional nos nosos medios de comunicación. Ante o que se dirá e non se dirá, acho precisa algunha puntualización a propósito da postura israelí perante a acción unilateral palestina.

Israel non se opón en absoluto á creación do estado palestino, a existencia dun estado palestino é algo xusto, asumido e aceptado por parte israelí, goberno e a inmensa maioría da sociedade israelí, que defende a solución de “dous estados para dous pobos” que convivan en paz e seguridade. Israel oponse si, a este paso unilateral xa que entende que o único camiño para alcanzar este obxectivo lexítimo de dous estados é a través de negociacións directas por moi duras e difíciles que estas poidan presentarse.

Que Israel, goberno e sociedade civil desexa a paz demostrouse xa asinando acordos de paz cos seus veciños, Exipto e Xordania, e cos propios palestinos (Acordos de Oslo). Estes acordos foron froito de negociacións e non de accións unilaterais das partes en conflito. A historia demostra teimuda que o único xeito de alcanzar unha paz xusta e duradeira é a das negociacións ou ben a eliminación do contrario, algo isto último que na zona só defenden grupos terroristas como Hamás, Hezbollah ou a Yihad islámica.

Que a ONU recoñeza o estado palestino non vai significar que os palestinos poidan evitar as negociacións. Mais desde logo a marxe de negociación dos seus dirixentes ficará moi limitado ademais de que un paso unilateral como este vai en contra de todos os acordos asinados até a data entre o Estado de Israel e os palestinos e poden levar a toda a rexión a unha situación incendiaria. E con certeza todos estaremos dacordo é que o que menos precisa esta rexión é gasolina para botar ao lume.

Recoñecer nestes intres ao estado palestino, cando de feito hai un goberno de unidade Fatah-Hamás, é tamén un xeito de lexitimar a Hamás, unha organización terrorista que reitera unha e outra vez que o seu obxectivo e a destrución do Estado de Israel e un único estado árabe en toda a rexión. No momento en que Hamas recoñeza o dereito de Israel a existir teremos dado un paso enorme no camiño da paz na zona, mais este recoñecemento é desbotado radicalmente unha e outra vez por Hamás.

Por último dicir -e lembrar- que Israel recoñeceu de feito xa en varias ocasións ao estado palestino. No ano 1947, ao aceptar a Resolución 181 de 29 de novembro, que plantexaba o plan de partición da ONU, Israel recoñecía de feito e de obra o dereito á creación dun estado árabe-palestino. Logo, nos anos 2000 e 2008, nas negociacións de Camp David e nas negociacións de Ehud Olmert-Mahmud Abbás, respectivamente, a creación do estado palestino era parte fulcral do acordo. Por tanto, a cuestión realmente non é que Israel ou a ONU recoñezan ao estado palestino, senón que os palestinos e os países árabes recoñezan ao estado de Israel como estado nacional do pobo xudeu. Estado palestino si, pero non así.


Pedro

sábado, 17 de septiembre de 2011

Escola de xornalista...


Escola de xornalista: Como relatar as novas

- O goberno islamista de Turquía rompe relacións con Israel.

- O de islamista sobra.

- Turquía rompe relacións con Israel?

- Mellor, pero fáltalle algo.

- Turquía rompe relacións co goberno dereitista de Israel.

- Perfecto!

sábado, 10 de septiembre de 2011

Chapeau por Aintzane...


Por Aintzane Ezenarro.


Portavoz parlamentar de Aralar no Parlamento Basco
http://www.aralar.net/es/actualidad/noticias/yoyes-eta-askatasuna


Cúmprense 25 anos desde que ETA matou a María Dolores Gonzalez Katarain, 'Yoyes'. Un día de sol, mentres se atopaba gozando da súa nova vida xunto ao seu pequeno, matárona en pleno día, en festas do seu pobo. Hoxe, algún dos que ordenaron aquel asasinato mostraron o seu arrepentimento, e poden facer o que ela se propuxo facer e non lle deixaron: cambiar, refacer as súas vidas, soñar, loitar polos seus ideais e atoparlle un sentido á súa existencia. Ela non. Esa é a incontestábel e asfixiante realidade da morte: o seu irreversibilidade. Non a coñecín, tampouco coñezo á súa familia nin á súa contorna, aos que quero facer chegar a miña solidariedade e proximidade. Pero, desde a distancia, sempre a admirei.


Admirei a súa coraxe e sobre todo a súa liberdade. E creo que é de xustiza recoñecer que coa súa decisión demostrou con feitos que se podía discrepar, e abriu a porta a moitos outros que virían despois. Esa é a mensaxe coa que quedo: todas as persoas teñen dereito a cambiar, a discrepar, a dicilo alto e claro, e a practicar a diferenza. Era tal a forza desa mensaxe, que se fixo insoportábel para unha estrutura político-militar como ETA, que non admitía a disidencia. «Non es dono do teu destino»; ese foi e segue sendo a mensaxe dos defensores da estratexia político-militar: cada un é libre de entrar, pero a liberdade acaba cando se está dentro. Non hai porta de saída. Quen o tente, o pagará. Como mínimo será tachado de traidor, expulsado do universo colectivo, e mesmo executado, como lle ocorreu a 'Yoyes'. E esta mensaxe pervive, mesmo agora que a estratexia político-militar toca ao seu fin. Aínda non hai moitos anos dixéronme unha frase que se me quedou gravada: «Estades a bailar antes da música». Ao que eu respondín: «E quen toca a música?». 'Yoyes' atreveuse a bailar antes de que ETA nin o MLNV tocasen a música, nun tempo que non o facía case ninguén, e pagouno caro. Pero os que despois quixemos bailar cando quixemos e fixémolo estarémoslle sempre agradecidos polo seu exemplo. Hoxe tamén hai presos de ETA que discrepan e falan con claridade do fracaso da loita armada e da necesidade de recoñecer o dano causado, e fáiselles chegar a mesma mensaxe: non é o momento. Con todo, o paradoxal agora é que esta mensaxe chegalles ao mesmo tempo que se aposta polas vías políticas, e arguméntase que «ETA sobra e estorba». O paradoxal é que todas as organizacións do MLNV asinaron o Acordo de Gernika, ao mesmo tempo que aos presos disidentes pónselles dificultades para que o asinen antes de que o faga o colectivo EPPK.


Por que? Porque mesmo nos momentos de cambios de estratexia, os cambios non se dan ate que o decida quen ten que decidir: a vangarda. E é a vangarda, e só a vangarda, quen debe construír o relato argumental de por que agora, para así tentar maquillar as verdadeiras razóns do cambio de estratexia. Pero novamente hai que agradecer aos discrepantes por rozar o camiño e, sobre todo, pola súa claridade. Para que o cambio de estratexia sexa crible e estableza bases sólidas hai que recoñecer que a persistencia da loita armada foi un erro político, estratéxico e sobre todo humano. Que xerou unha dor propia e allea insoportábel que hai que recoñecer e na medida do posíbel, reparar. E isto téñeno que verbalizar os que din «agora vías políticas» sen que houbese ningún cambio político obxectivo. Por que agora? É exixíbel que se recoñeza o erro e o sufrimento causado e non tratar de pór o foco de atención noutras cuestións, nin tratar de maquillar o cambio con vitorias electorais puntuais, nin moito menos facendo chamamentos a todos para acompañalos nun proceso que é seu e intransferible: pasar da defensa dunha estratexia político-militar a unha estratexia exclusivamente política. Porque pola contra estariamos a renunciar á memoria e á aprendizaxe que nos reporta a memoria do que nunca debeu pasar, do que nunca debemos facer, e ante o que nunca debemos calar. Creo sinceramente que nosa maior responsabilidade nestes momentos é para coas xeracións futuras. Non podemos cambiar a historia, pero si podemos cambiar o futuro. Temos que dicirlles aos nosos mozos que non hai nada, ningún valor político superior á dignidade humana. É noso deber liberar ás futuras xeracións da carga de responsabilidade histórica na que se viron atrapados moitos mozos durante décadas polo relato épico-dramático que envolveu a historia de ETA. É responsabilidade das persoas de esquerdas e abertzales demostrar que se pode ser de esquerdas e anhelar a liberdade do noso pobo e ser o máis contrario ao recurso á violencia. E sobre todo é responsabilidade dos que alimentaron o relato que posibilitou a pervivencia de ETA durante tantos anos desfacer ese relato, falar claro, asumir o erro, recoñecer a dor causada, admitir que non se alcanza a liberdade como pobo sen respectar a liberdade persoal e, desta maneira, romper coa espiral do sufrimento


jueves, 8 de septiembre de 2011

Cameron Crowe e os 20 anos de Pearl Jam...

Pearl Jam Twenty from Pearl Jam on Vimeo.

A caixeira...


Por Manuel Rivas

El País - 03/09/2011

Da raíña de España, dona Sofía, díxose como eloxio que era "unha profesional". Ela tamén o é. A caixeira do meu supermercado habitual. Unha raíña precaria. Sorrí ao dar o recibo da compra, mesmo nun día coma hoxe. Un día nubrado por dentro e por fóra. Dime adeus. O último adeus. Despídese porque a despiden. E por que a despiden?

Porque se cumpren tres anos. Fixéronlle contratos temporais. Chegara a súa hora. É dicir, deberían facela fixa. O seu salario é mínimo, pero o seu traballo, impagábel. Tres anos pondo boa cara ao xentío impaciente das colas. Tres anos regalando bromas, un sorriso, un plus persoal que ninguén lle esixía. Hai momentos en que a caixa dun supermercado é un paso abrupto, cos seus choques e rifas, pero ela sabía manexar a ebrios, furtivos ou señoritas faltonas cunha popular soltura freudiana. Ese oficio de brega pública require calidades diplomáticas, axilidade mental, un estado de vilo durante longas horas. E aínda así había unha pegada humana, unha tinta invisíbel, no recibo da caixeira. Esa caixeira que di adeus cunha firmeza melancólica que lembra a Celia Johnson na estación de “Breve encontro”, mentres as súas mans atenden xa o novo pedido coa velocidade chaplinesca de “Tempos modernos”. Traballa para unha cadea que incrementou os seus beneficios. Cada vez menos xente fai máis traballo.

Paguei as miñas mercadorías, pero marcho coa sensación de ser testemuña dunha subtracción criminal. Vivimos dominados por un pensamento único, ese oxímoron de "liberalismo totalitario" que xa presenta a forma dun pensamento aristontónico, un cúmulo de parvos eufemismos. Reformas que aceleran os despedimentos. Austeridade como espolio público, mentres se escabullen os grandes corruptos. De querer aforrar, os bicéfalos suprimirían as deputacións, esas escolas de caciques. E non tocarían o máis sacro. A escola da caixeira.